Memórias Póstumas de Brás Cubas e Figuras de Linguagem



A publicação de hoje fará uma pequena ponte entre a Literatura brasileira e a Base Nacional Comum Curricular - BNCC. A Obra de Machado de Assis é marcada por humor e ironia, figura de linguagem muito bem trabalhada em seu livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, narrada não por um autor defunto, mas por um defunto autor, como é deixado bem claro no início da obra. Acompanhe trecho do livro a seguir e convidamos você, leitor, a ficar à vontade para responder a questão relacionada ao texto, elaborada com base na competência (EF69LP48) da BNCC.

Fragmento – Óbito do autor

“(...)expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia - peneirava - uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: -- "Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado." Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei.”

Neste trecho Brás Cubas narra seu próprio enterro, com bastante bom humor, tornando o texto mais interessante e fruído. Em quais trechos do texto é possível inferir ironia?

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